terça-feira, 9 de outubro de 2018

A arte de explicar um jogo: quais as melhores tecnicas - Opinião por Micael Sousa

Explicar um jogo novo a alguém não é tarefa fácil. Admito que exista quem goste desta tarefa, mas a maior parte de nós gosta, essencialmente, de jogar. No entanto, sem explicarmos os jogos a alguém dificilmente teríamos com quem jogar e uma comunidade crescente. 



Dada esta necessidade, parece-me útil tentar encontrar o melhor modo ou as melhores técnicas para podermos explicar jogos novos e cativar pessoas para esta atividade. No caso dos jogos de vídeo há muito que isso foi ultrapassado com os tutoriais e os níveis crescentes de dificuldades. No caso dos jogos de tabuleiro modernos essas técnicas são menos comuns, embora começam a surgir alguns casos, que ajudam a ensinar os jogos à medida que se vai jogado. 

Tendo em conta que a possibilidade de incluir tutoriais ou níveis crescentes de dificuldade estão reservados aos designers e criadores de jogos, a nós resta-nos usar os produtos que temos. Nesse sentido o que deveremos fazer? Será que se deve explicar exaustivamente todas as regras aos novos jogadores ou simplificar e referir apenas as mais importantes, deixando que as dúvidas surjam durante o desenrolar do jogo?

Se explicarmos todas as regras em alguns jogos mais pesados podemos contribuir para gerar situações penosas. Mesmo para os jogadores mais experientes não é fácil captar todas as regras e pormenores quando o tempo de explicação ronda uma hora só para explicar regras. Se têm experiência em jogos pesados sabem que isto não é raro acontecer. Em alguns jogos só mesmo com várias partidas é quem estamos em condições de o jogar de forma estratégica.

Se explicarmos apenas pontualmente as regras essenciais podemos poupar tempo, mas obriga a um acompanhamento contínuo do jogo. Também podem acontecer desvirtuamentos no desempenho dos jogadores ao longo do desenrolar do jogo, por omissão de regras, que podem condicionar a sua experiência. Ainda assim dificilmente alguém leve a sério, do ponto de vista competitivo, uma primeira partida do quer que seja.

Pessoalmente costumo fazer uma primeira explicação do objetivo e mecânicas principais do jogo, passando depois aos pormenores. O enquadramento no tema pode ser relevante também para a assimilação do jogo. Mesmo assim é necessária adaptação, pois nem todos os jogos podem ser abordados desta maneira flexível. 

Só não falei aqui dos méritos pessoais dos explicadores. Isso é imensamente importante. A clareza e o entusiamo de quem explica o jogo é muitíssimo importante. Mesmo essas competências, apesar de poderem ser treinadas, são mais inatas numas pessoas que noutras. 

Para tentar tornar este texto mais útil e interessante, lanço o seguinte desafio: quais as vossas técnicas e abordagens para explicar jogos de tabuleiro modernos?

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