quarta-feira, 17 de março de 2021

Três anos a arriscar o “cú” no Youtube

Passaram 3 anos a correr, como quem sai disparado para entrar numa casa de banho. E quem mais sofreu foi aqui este espaço, tais eram outras aflições. Quase todo o tempo disponível que tinha para criar conteúdos foi sugado pelo formato vídeo. Sou youtuber há 3 anos! Parece estranho, mas é verdade. Podem ver aqui, é mesmo um facto que consta dos anais digitais: www.youtube.com/c/jogosnotabuleiro

Eu, um gajo até tímido um youtuber? Um gajo que e atrapalhava todo a falar em público e em dizer mais que três palavras seguidas! Se calhar foi por isso mesmo que a coisa me tem motivado. Meter-me a produzir conteúdos vídeo foi como atirar-me para uma tempestade somente com uma boia. Atirar-me sem pensar nos riscos efetivos.

O perigo era constante, mas aprendi a nadar à força. Aprendi a nadar e a digerir. Aliás, o perigo é permanente, porque é perigoso falar em total liberdade quando se usa de alguns estilismos. Nesta ditadura do politicamente correto e da ânsia do cancelamento instantâneo só quem não tem cú é que não tem medo. E eu tenho um, como a esmagadora maioria de quem vai obrando por aí. Se calhar não conhecem esta expressão do “cú”, mas pronto, é pelo uma expressão conhecida aqui da minha zona. Não que seja do “cú”, mas conhecida na zona onde vivo. E com isto já arrisquei bastante o meu “cú”, ainda por cima eu que era tão ciente dele. Que seja uma ode à liberdade de dizer repetidamente “cú”, com tudo o que isso acarreta e liberta de simbolismo. 

Não sei se me fiquei apenas pela natação de sobrevivência neste mundo de constantes vagas de vídeo. Também mergulhei, para o bem e para o mal. Foi aprender do zero. Tentar comunicar melhor, ou comunicar efetivamente e de facto. Tentar passar as ideias para o concreto. Errar e aprender, tal como nos jogos, embora a exposição e o perigo existam. Lá está, o “cú” está sempre em risco. E por vezes, um conteúdo deslocado, mal digerido pode cheirar muito mal. É preciso engolir alguns orgulhos e ter capacidade de digerir certas criticas, mas depois, com a devida preparação, tudo acaba por sair, ficando somente os nutritivos ensinamentos daa experiência interativa.

Mas foi só isso que ganhei? Uma melhor capacidade de desencaixe e escoamento de ideias? Não, ganhei rede social real. Conheci imensas pessoas, outros “cús” bem mais formosos que o meu. Foi uma forma de poder participar em múltiplos projetos relacionados com jogos, de meter o “cú” a novos trabalhos. Hoje estou ligado a alguns projetos de "serious games", e acredito que todos os conteúdos que criei – especialmente os vídeos – foram uteis nesse caminho das pedras, quiçá das pedras dos rins, daquelas que doem a sair. 

Falar de “cús” e seus temores é uma coisa séria. Falar de jogos também, embora mais incerto. Tudo é sério e não sério, mas nem tudo é divertido. Até porque “cús” há muitos e cada um tem o seu poder de encaixe. Consciente disso tentarei continuar a obrar, mas sem mostrar tudo, pois há certas coisas que nem eu quero ouvir falar, quanto mais ver. 

autor: Micael Sousa


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