segunda-feira, 11 de julho de 2016

Todos temos o nosso "Quantum" - Opinião por Edgar Bernardo

É certo que todos temos os nossos gostos, as nossas preferências. Nos jogos de tabuleiro o mesmo naturalmente acontece. Podemos gostar de jogos que a maioria das pessoas também gosta, mas também acontece que muitas vezes temos um "fetiche" por aquele jogo que apenas uma minoria parece gostar.


Atualmente é difícil falar-se em minorias já que são centenas de milhares de pessoas que jogam jogos de tabuleiro como hobbie. Mas de facto se apenas 2000 pessoas gostam do jogo "X", ou Quantum, então diria que nesses casos são uma minoria. Não o digo de forma depreciativa. Quantas são as vezes em que apenas a minoria tem razão!?

"Mas porquê o Quantum?" Bem, quem frequenta os nossos encontros em Leiria sabe que esse é um jogo adorado por um dos nossos participantes habituais, diria mais, por um dos "nossos". Meses e meses a trazer o jogo quase todos as semanas na esperança de arrancar aqui e ali alguém para o jogar.
E conseguiu. Teve a oportunidade de o jogar várias vezes mas a maioria das pessoas depois de o experimentar um ou duas vezes acabou por não desejar mais fazê-lo.

Eu também tenho o meu Quantum, só que chama-se Maria. Curiosamente também leva o seu tempo a jogar (3 horas), e é por isso mesmo que muitos evitam jogar este jogo comigo. Para o jogar tenho de encontrar 3 pessoas que o apreciem ou queiram experimentar, com 3 horas disponíveis (mais 30 minutos de explicação), e, acima de tudo, disponibilidade mental para o fazer. Isto porque muitas vezes eu até o quero jogar mas não estou naqueles dias bons para o fazer.

Por isso digo que todos temos o nosso "Quantum" e sabe bem levá-lo à mesa e ter com quem jogar... mas também fico com a sensação que por vezes estão a fazer o favor de tolerar a experiência para minha felicidade e isso não é, para mim, positivo. Jogos como Maria, por exemplo, que levam o seu tempo e exigem atenção redobrada, não são os mais adequados para "jogar por jogar".

Pela minha experiência, se querem mesmo fazer "alguém feliz" por jogar o Quantum deles, façam-no em jogos mais leves ou curtos, caso contrário a experiência torna-se penosa para todos. Não joguem jogos que não gostem! Parece óbvio mas a verdade é que mais do que devíamos jogamos jogos no limiar da nossa tolerância para o bem geral (ou particular). Como um sacrifício para um bem futuro: o da reciprocidade!

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