quarta-feira, 17 de abril de 2019

Andar a incomodar os outros com jogos de tabuleiro - opinião por Micael Sousa

Há coisas irritantes, são tantas que este texto podia levar a qualquer lado. Mas como aqui o foco são os jogos de tabuleiro, é nisso que me vou centrar. E é também esse excesso de foco e centralização de atenção que me impele a escrever este texto. 


Este passatempo dos jogos de tabuleiro modernos pode ser excessivamente imersivo. Podemos facilmente cair no excesso, especialmente quando ao hobby associamos outras coisas: intervenção social, voluntariado e até oportunidades profissionais. O problema é mais grave surge quando não nos damos conta disto. Podemos facilmente só pensar e falar nisto. Depois os outros que nos aturem. A situação torna-se ainda mais caricata e gravosa, devido às características dos próprios jogos, porque não são do conhecimento geral e existem muitas ideias pré-concebidas erradas. A maioria das restantes pessoas não fazem ideia do que são estes jogos. 

Como os jogos de tabuleiro modernos fascinam quem os aprecia, é assim com quase todos os passatempos. São altamente imersivos na dinâmica de jogo e na comunidade que criam. Neste caso, porque são atividades sociais, somos impelidos a evangelizar. Mas isso pode tornar-nos chatos, aborrecidos e até insuportáveis para os outros não jogadores de mesa. 

Por vezes fico com a sensação de que falo demais sobre jogos de tabuleiro. É um risco constante estar sempre a falar deles, e tentar metê-los e aplicá-los a múltiplos, projetos e situações. Consegui fazer coisas surpreendentes, que jamais imaginei há uns anos. No entanto fica-me sempre aquela sensação de estar a ser um grande chato. Já sentiram isso alguma vez?
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